Impactos na sociedas : energia nuclear
Desde a descoberta da fissão atômica, nos anos 1930, passando pelo bombardeio de Hiroshima e Nagasaki, na Segunda Guerra Mundial, e chegando ao acidente em Chernobyl (1986), na Ucrânia, a energia nuclear manteve o estigma de misterioso e estratégico ativo no cenário internacional. Como recurso energético, a opção nuclear parecia fadada a permanecer eternamente debaixo da poeira radioativa da antiga usina ucraniana, sem encontrar novos espaços em um mundo que anseia ser mais ambientalmente sustentável. Mas, na década de 1990, governos da Europa passaram a sustentar a tese de que usinas nucleares devem, sim, ser enquadradas como fontes limpas de energia. Paralelamente, o planeta despertou para a carência de radioisótopos, um subproduto da fissão nuclear usado em uma infinidade de exames médicos. E a crise provocada pelo programa nuclear iraniano levou a um debate sobre quem pode e quem não pode dominar essa tecnologia.
O Brasil chamou a atenção da comunidade internacional ao propor, neste ano, com a Turquia, um acordo que pudesse frear o movimento - impulsionado em Washington - por novas sanções ao Irã. Não teve sucesso na tentativa de convencer outras potências, mas voltou os holofotes para um tema tabu: qual o critério para decidir quem poderá usufruir da energia nuclear neste século? Por trás da resposta, além da discussão sobre soberania e segurança global, há um valioso mercado de urânio em fase de crescimento. O governo federal pretende inserir o Brasil nesse contexto, mas parte da comunidade acadêmica e muitos ambientalistas têm ressalvas.
Em todo o mundo, o Brasil possui hoje a sexta maior reserva de