Impacto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição na Promoção da Saúde na População
A população brasileira, nas últimas décadas, experimentou grandes transformações sociais que resultaram em mudanças no seu padrão de saúde e consumo alimentar. Essas transformações acarretaram impacto na diminuição da pobreza e exclusão social e, conseqüentemente, da fome e escassez de alimentos, com melhoria ao acesso e variedade destes, além da garantia da disponibilidade média de calorias para consumo, embora ainda existam cerca de 16 milhões de brasileiros vivendo na pobreza extrema. A diminuição da fome e da desnutrição veio acompanhada do aumento vertiginoso da obesidade em todas as camadas da população, apontando para um novo cenário de problemas relacionados à alimentação e nutrição (BRASIL, 2012).
A alimentação e nutrição constituem direitos humanos fundamentais consignados na
Declaração Universal dos Direitos Humanos e são requisitos básicos para promoção e proteção da saúde, possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento e desenvolvimento com qualidade de vida e cidadania. O direito a alimentação é um direito do cidadão, portanto dever do estado e responsabilidade da sociedade. A busca em garantir o direito à alimentação de qualidade para todos os indivíduos, passa pela construção de um novo paradigma de sociedade, tendo como eixo central a qualidade de vida do ser humano (FERREIRA; MAGALHAES, 2007).
Práticas alimentares têm repercussões importantes no estado da saúde. Sabe-se que a promoção de mudanças nas práticas alimentares faz parte das metas para atingir a saúde. São necessárias mudanças baseadas na escolha e no preparo dos alimentos de maneira que promovam a adoção de uma alimentação mais saudável. Entretanto, tais mudanças ocorreram, os padrões alimentares mais tradicionais, como cereais, raízes e tubérculos foram sendo progressivamente substituídos por uma alimentação mais ocidental, isto é, consumo de alimentos mais ricos em gorduras e açucares, a qual, aliada a diminuição progressiva de