Igreja universal do reino de deus (iurd) na produção formas específicas de atuação junto ao gênero feminino

Introdução

Por meio desta pesquisa, visa-se analisar a ação da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) na produção de formas específicas de atuação junto ao gênero feminino. Analisam-se nesta pesquisa as mensagens divulgadas pela IURD via site. Mais especificamente, as mensagens contidas no canal mulher[1], portal virtual mantido por essa denominação religiosa, voltado ao gênero feminino. Gênero, nesta pesquisa, foi concebido como uma construção social, que serve em nossa sociedade como base para valorizar as diferenças anatômicas, em geral, positivamente quando se trata do gênero masculino, e negativamente do gênero feminino. Essa distinção seria vazia de significado caso a construção de gênero não tivesse caminhado para isso. Portanto, se por meio da diferença, construímos hierarquias geradoras de desigualdades, isso é um ato puramente social. (AUAD, 2004) A pesquisa parte deste ponto para pensar como a IURD (que em nossa hipótese não é destoante dessa realidade social) está inserida nessa lógica, logo, se vale dessas construções. Será feito um esforço, neste trabalho, de mostrar se essa instituição faz uma tentativa de separação entre feminino e masculino, fundamentada numa relação assimétrica. Intenta-se, dessa forma, relativizar um possível discurso que naturaliza as desigualdades de gênero, com base numa suposta “natureza” masculina e feminina. A IURD foi fundada no Rio de Janeiro em 1977, por Edir Macedo, e é considerada a terceira onda[2] do movimento pentecostalista no Brasil. A história pentecostalismo no Brasil, o nascimento da IURD e sua atuação midiática, serão abordados no primeiro capítulo deste relatório final, com finalidade de contextualizar o leitor acerca da atuação dessa denominação religiosa. Dentre os fatores que motivaram a formulação e o desenvolvimento desta pesquisa, pode-se citar o fato da grande participação feminina dentro dessa instituição. Segundo os dados do censo demográfico do IBGE de 2000, é possível