IEL 1

A Literatura Enquanto Performance

Lucca Tavano Bacal
8974294
Introdução Aos Estudos Literários I
Professor Marcos Piason
30/09/2014
DAS VANTAGENS DE ESCREVER POEMAS
Por Ana Martins Marques

Poemas podem ser escritos de pé mas ninguém nunca escreveu um romance de pé e isso de estar sempre sentado certamente acaba por interferir nos romances e não será de se estranhar se tiver arruinado um bom número deles

Talvez acidentalmente (talvez para conservar uma certa dignidade personalista na distante figura do escritor) a crítica literária, até a modernidade, não questionou frágeis pressupostos referentes à separação autor/produtor e leitor/degustador, pensando assim a literatura enquanto uma arte individual e unilateral realizada por um indivíduo dotado do "talento da escrita" que depois é distribuída para os que a estudarão e sorverão sua significância. Tal prisão conceitual acarretou, por exemplo, na eterna busca dos críticos pelo significado original da obra escrita -- O que o autor está querendo dizer? Gerando assim uma relação assimétrica alimentada ao longo da história na qual o não escritor deve sempre buscar o autor, como colocado por Roland Barthes em seu texto "A Morte do Autor" -- tornando o leitor um eterno cúmplice das supostas reflexões do detentor da autoria e o afastando cada vez mais de sua potencialidade de construção literária; de participante da obra. Com o texto "O Autor Como Produtor", Walter Benjamin, ao falar a respeito das investidas de popularização da linguagem dramatúrgica do Teatro Épico de Brecht, que levava textos teatrais para serem encenados por operários em chão de fábrica, teoriza o que talvez seja um princípio de quebra dessa lógica celular unidirecional que contamina ainda o enxergar a literatura, colocando que uma máxima decisiva na produção escrita deveria ser levar consumidores (como o autor denomina o leitor em sua posição de refém da literatura enquanto produto finalizado) ao papel