Idoso
Para o idoso, é sempre melhor ficar com a família. Se for necessário colocá-lo em um asilo, a família deve visitá-lo maior frequência possível
É preconceito pensar que a vida do idoso no asilo será cruel. As ILPIs –sigla para Instituições de Longa Permanência de Idosos– são uma modalidade de serviço, assim como escolas, creches e hospitais e, de acordo com Ana Amélia Camarano, técnica de planejamento e pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), "há serviços bons e ruins". É preciso saber escolher.
Segundo a pesquisadora, "crueldade é envelhecer em um país que não tem oferta de leitos suficiente para todos os idosos que necessitam". O Brasil tem, hoje, pouco mais de 5.500 instituições, sendo apenas 238 delas públicas, e a maioria de origem filantrópica. Por outro lado, projeções do governo federal apontam para um crescimento do número de brasileiros idosos de 23 milhões para 35 milhões, nos próximos 15 anos. O número de leitos existentes, para acompanhar esse crescimento, terá, no mínimo, de dobrar. Esses números refletem uma sociedade amparada pela evolução da medicina, que atua combatendo e prevenindo doenças ligadas ao envelhecimento e faz aumentar a expectativa de vida para até 100 anos nos países mais desenvolvidos. Ao mesmo tempo, famílias ficam cada vez menores; casais têm menos filhos e todos estão ativos no mercado de trabalho. Falta gente em casa com tempo para se dedicar aos velhinhos. O geriatra Márcio Borges diz que, mesmo que alguém da família tenha tempo disponível, nem sempre vai ser possível deixar o idoso em casa: "Hoje, temos cerca de quatro milhões de pessoas na categoria de alta dependência do Brasil –vítimas de Alzheimer, acidentes cardiovasculares e derrames de consequências irreversíveis ou com problemas ortopédicos sérios e imobilidade".