IDEOLOGIA
Ideologia, ou idéologie, no vocabulário original significa “a ciência das idéias que sustentam a vida social”, definida por Tracy (1796).
Para Shils (1968), a ideologia se define como um conjunto de idéias explícitas, fechadas, resistentes a inovações, promulgadas com grande dose e afetividade e requerem total adesão de seus devotos.
Segundo Chauí (1980), a ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações e normas ou regras que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar. Caracteriza-se, portanto, como um corpo explicativo de representações e práticas de caráter prescritivo, normativo e regulador. A função seria dar aos membros de uma sociedade dividida em classes uma explicação racional para as diferenças sociais, políticas e culturais.
O sentido desta expressão foi se tornando cada vez mais complexo. Diversos pensadores, filósofos e sociólogos, em diferentes contextos, discorreram a respeito da definição e da influência que a ideologia representa na sociedade.
Thompson (2000) propõe uma análise categórica sobre as definições propostas por diferentes autores. Em seu livro “Ideologia e cultura moderna”, ele classifica estas definições como neutras e críticas.
As neutras se caracterizam por apenas complementarem a concepção original de Tracy (1796).
Outros pensadores afirmam que a ideologia produz um conjunto de idéias e crenças motivadas por interesses sociais das classes dominantes, com o objetivo de manipular e alienar as outras classes. Estes nos levam a concepção crítica. (MARX, 1846)
Segundo Mannheim (1998), a discussão sobre este conceito começou a ser polêmica quando Napoleão Bonaparte se opôs a Tracy e seus seguidores, pois as deles idéias seriam prejudiciais às suas ambições imperialistas. Com a intenção de ridicularizá-lo, o rotulou de “ideólogos”
É possível perceber então, que a ideologia está diretamente associada com o poder de dominação. Para Thompson (1984), estudar