ideologia
A consciência nunca pode ser mais do que o ser consciente; e o ser dos homens é o seu processo de vida real. [...] não partimos do que os homens dizem, imaginam ou representam, tampouco do que eles são nas palavras, no pensamento, na imaginação e na representação dos outros, para depois se chegar aos homens de carne e osso; mas partimos dos homens em sua atividade real, é a partir de seu processo de vida real que representamos também o desenvolvimento dos reflexos e das repercussões ideológicas desse processo vital. Não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a consciência. (p.19,20)
A divisão do trabalho só se torna efetivamente divisão do trabalho a partir do momento em que se opera uma divisão entre o trabalho material e o trabalho intelectual. A partir desse momento, a consciência pode de fato imaginar que é algo mais do que a consciência prática existente, que ela representa realmente algo, sem representar algo real. (p.26)
O poder social, isto é, a força produtiva multiplicada que nasce da cooperação dos diversos indivíduos, condicionada pela divisão do trabalho, não aparece a esses indivíduos como sendo sua própria força conjugada, porque essa própria cooperação não é voluntária, mas sim natural; ela lhes parece, ao contrário, como uma força estranha, situada fora deles, que não sabem de onde ela vem nem para onde vai (...) (p.30)
Esta concepção da história, portanto, tem por base, o desenvolvimento do processo real da produção, e isso partindo da produção material da vida imediata; [...] Ela não é obrigada, como ocorre com a concepção idealista da história, a procurar uma categoria em cada período, mas permanece constantemente no terreno real da história; ela não explica a prática segundo a ideia, explica a formação das ideias segundo a prática material; chega por conseguinte ao seu resultado