Ideologia E Consci Ncia
Celito Meier
A ideologia pode ser considerada o conjunto de ideias, princípios, ideais e valores que norteiam a vida e a prática de um indivíduo ou um grupo e justificam determinada prática. Por exemplo, a ideologia de um partido político, a ideologia religiosa ou a ideologia de uma escola ou de uma ONG. Em decorrência disso, podem haver conflitos ideológicos. E a sociedade democrática traz a marca desse conflito.
Assim, as ideologias são historicamente necessárias, uma vez que organizam os grupos, formam o terreno sobre o qual as pessoas se movimentam. As ideologias podem unir as pessoas e conduzi-las a um comprometimento por uma causa, por um mundo melhor.
Dessa forma, a ideologia se torna uma visão de mundo, que se manifesta na arte, no direito, na atividade econômica, na religião, através dos meios de comunicação, em todas as manifestações de vida, individuais e coletivas, e que tem por função conservar a unidade ideológica do grupo ou comunidade.
Em sociedades verdadeiramente democráticas, marcadas pela pluralidade de ideologias, os conflitos se tornam inevitáveis. Nesse sentido, a vida em sociedade solicita a maturidade humana, a capacidade de conviver, de respeitar e defender o direito ao pensamento diverso.
É da natureza da ideologia buscar universalidade, querer universalizar a sua visão, o seu interesse. Assim, muitas vezes, a ideologia se torna dogmática, impositiva, unilateral. É preciso manter-se consciente dos limites e da particularidade que caracteriza a ideologia. Somente como essa consciência, é possível haver verdadeira harmonia social.
A ideologia e a falsa consciência
Em conformidade com o pensamento de Karl Marx, a ideologia é sempre um mascaramento da realidade, uma forma de pensar que não é expressão da realidade vivida pelos homens, mas tentativa de universalizar um jeito específico de pensamento, tentativa de universalizar interesses particulares.
Assim, a função principal da ideologia é fazer uma inversão da