Texto O Iluminismo2
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Os escritores do Iluminismo não representavam um grupo unido, e distinguiam-se até pela sua própria diversidade. Um dos primeiros, o simples padre rural Jean Meslier (1664-1729), manter-se-ia sempre obscuro. Foi só muitos anos depois da sua morte que o manuscrito do seu Testamento começou a circular clandestinamente. Nesta obra, ele exprime ideais materialistas, criticando o Estado e a opressão feudal.
Ao contrário de Meslier, os iluministas da velha geração, Montesquieu (1689-1755) e Voltaire (1694-1778), ganharam muita fama ainda em vida. Montesquieu falou como severo e profundo crítico do despotismo e do poder arbitrário do rei absoluto nos seus escritos políticos e filosóficos, Cartas persas e O espírito das leis. Pôs em relevo as injustiças da França despótica, para as comparar com ideais de Liberdade, sobretudo de liberdade política. Montesquieu é justamente considerado como o pai do liberalismo burguês.
Voltaire, escritor de brilhante ironia e espírito, foi autor de tragédias, poesias, escritos históricos, romances filosóficos, poemas satíricos, tratados e artigos políticos. Foi um corajoso e inveterado inimigo da Igreja. Líder do anticlericalismo, desprezava a moral e os dogmas da sociedade feudal, e a desordem e o vício inerentes ao absolutismo. Mas no seu construtivo programa de reformas, e na sua atitude para com o povo, era reservado e moderado. O seu papel no Iluminismo, entretanto, foi enorme