Identidades e cidades

2302 palavras 10 páginas
Willian Bone (2000) discute o pensamento de Walter Benjamim sobre a cidade contemporânea, em sua busca pela articulação entre o coletivo e biográfico nos estudos da cultura. O autor tem como objetivo de conseguir um lugar de recepção destas ideias para a tônica das metrópoles do terceiro mundo. Aponta as obras Origem do drama barroco alemão e Paris, capital do século XIX de Walter Benjamim, além de outros textos, como instrumentos historiográficos, uma vez que tratam das metrópoles modernas e das experiências culturais construídas em seus determinados contextos. Segundo o autor, Benjamim buscou retratar sua época de forma diferenciada dos realismos burguês e socialista, por meio de uma construção surrealista. As análises benjaminianas sobre o urbano, chamadas em seu conjunto de Fisiognomia da metrópole moderna, são entendidas por Bone (2000) como modelo de reflexão a respeito da contraditoriaridade da modernidade. Desta forma, o conceito de metrópole, relembrado no auge do imperialismo do século XIX, aparece como um instrumento útil para o debate sobre as relações entre países considerados desenvolvidos e atrasados.
De acordo com Bone (2000), a fisiognomia é um neologismo que representa uma forma de leitura da cultura e da sociedade urbana no cotidiano no âmbito da modernidade. Este estudo do cotidiano, por sua vez, seria inviável sem a ajuda dos estudiosos e escritores da modernidade, tais quais Baudelaire, Alan Poe, Benjamim e os surrealistas. Benjamim tinha como intuito questionar e “desmascarar” as contradições e mitos que abrangiam a modernidade, tanto no que se refere à sua constituição e ordenação, quanto às suas idéias propoagadoras. Partindo da inspiração propositiva crítica e poética de Baudelaire sobre a modernidade – incutida em termos como “dar uma forma à modernidade” e “definir a fisionomia da modernidade” – Benjamin orientou seu projeto de escritor historiográfico, em busca de uma historiografia da modernidade. As experiências de crises e

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