IDENTIDADE E AVALIAÇÃO ESCOLAR
Nossas decisões a respeito da avaliação da aprendizagem não são isoladas ou neutras. Elas se vinculam a nossas concepções sobre educação, sobre escola, sobre aprendizagem, ou seja, à nossa concepção pedagógica mais ampla, à nossa visão de educação. Sendo assim, a forma como concebemos e realizamos a avaliação irá refletir uma visão conservadora ou transformadora de educação e de sociedade.
Quando adotamos uma atitude conservadora, a avaliação que realizamos tem um caráter seletivo, com enfoque nos resultados (notas ou conceitos) alcançados no final dos períodos escolares, a fim de decidir sobre a aprovação ou a reprovação dos alunos. Porém, quando assumimos uma atitude aberta, inovadora, a avaliação tem dimensões mais abrangentes, pois leva em consideração não apenas o desempenho do aluno, mas, sobretudo, o conjunto de fatores que estão atuando para que a aprendizagem ocorra ou não, inclusive as práticas escolares que estão sendo desenvolvidas e o contexto de vida e de escola em que o aluno está situado.
É claro que não somos, na realidade, nem tão conservadores nem tão inovadores... Essa dicotomia entre atitude inovadora e conservadora é apenas um recurso para ajudar na nossa reflexão. Na realidade, o que estamos querendo mostrar é que, quando estamos comprometidos com a busca da qualidade da escola (no nosso caso, da escola pública), esse compromisso se reflete nos processos de ensino-aprendizagem que empreendemos e, conseqüentemente, nos processos e procedimentos de avaliação que escolhemos.
Dentro desse contexto de compromisso com a qualidade da educação pública, a avaliação assume dimensões mais abrangentes e passa a ter algumas características importantes. A primeira