Identidade Social – sob a ótica do antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira

Identidade Social – sob a ótica do antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira
Por se tratar de um termo polissêmico por natureza, que, etimologicamente, propõe diversos significados teóricos, não é tarefa fácil conceituar identidade. O antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira esmiúça sua complexa definição sob a ótica da etnografia, alertando para a importância do estudo da identidade social no campo das Ciências Sociais. O mote proposto em seu trabalho Caminhos da identidade (2006) é analisar a identidade e o reconhecimento dentro e na perspectiva das relações sociais que resultam no estudo da “etnografia e das relações interétnicas” que movem o mundo contemporâneo e suas facetas: globalização e multiculturalismo, temas pertinentes aos Estudos Culturais.
Oliveira, no capítulo O Eu, suas identidades, relaciona as formulações acerca da definição e do reconhecimento para separar a compreensão e identificação do Eu e as identidades. Ele se pauta no reconhecimento de si, pressuposto norteado no processo identitário que se vê submetido ao contexto social e multicultural em que o indivíduo tem de articular diversos preceitos morais dentro da racionalidade a fim de exercitar sua “liberdade”. Inclusive, como esse indivíduo mantém a integridade do seu Eu diante das múltiplas identidades que pode assumir no contexto multicultural de “identidades globalizadoras”, sem perder a sua “ação racional isto é, reflexiva – no mundo moral” (Ibid., p. 63).
As circunstâncias impostas permitirão o exercício das identidades disponibilizadas. Baseado em Foucault, explica que “a liberdade do sujeito ético consiste na possibilidade de escolha do tipo de Self que ele deseja ser”. E complementa: “Essa liberdade de escolha começa com a manipulação de suas identidades, sem que essa duplicidade identitária o leve a cindir-se em dois, já que seu Eu, o self, continua em pleno comando de si” (Ibid., p. 83).
A identidade social está intrinsecamente relacionada aos processos socioculturais que