IDENTIDADE PROFISSIONAL E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO ANTROPOLÓGICO: A QUESTÃO DA IMPLICAÇÃO
A QUESTÃO DA IMPLICAÇÃO
(resenha do grupo)
Em seu trabalho, o autor reflete sobre o processo de construção do conhecimento antropológico, partindo da ideia de que o conhecimento se caracteriza como interpretação da realidade, que seus significados sejam revelados. A implicação social, ideológica e libidinal que aflora no antropólogo em seu trabalho de campo são fatores que desvelam a realidade de um povo e sua cultura reais, passando desta forma a conhecer-se e construir-se como pessoa e profissional. Durante seu trabalho de campo o autor “brinca” com pegadas deixadas na areia por outra pessoa, “servindo como ponto de partida para uma reflexão sobre o processo de 'vir-a-ser e estar antropólogo'.” “Nadar em águas desconhecidas”emergia em sua mente desconfortavelmente porque mexia com sua identidade pessoal e profissional. O contato com o objeto de estudo também causara temor pela possível confusão entre “pesquisador x objeto, rejeição, etc...” O contexto que delimita o ato de pesquisar é que confere o estatuto da cientificidade ao trabalho. Deixando de lado o mito da neutralidade científica, cabe esmiuçar os detalhes da implicação do pesquisador e seu objeto de pesquisa , pois “no processo de construção do conhecimento da antropologia o distanciamento não é possível, encontro é necessário, pois é a partir do contato com os 'nativos' que o antropólogo construirá seu “conhecimento”. As produções de saber e suas consequências para antropólogos e nativos em que se produziu a pesquisa “não possibilita somente ao antropólogo conhecer 'o outro', mas também a si – 'conhecer-se'”. A problemática do autor durante sua formação de antropólogo era enxergar-se exercendo sua nova profissão tendo formação acadêmica de psicólogo. A construção de conhecimento de uma determinada profissão implica também na construção da identidade do profissional. Deixa claro que o 'vai-e-vem' do processo faz