Idas e Vindas
Pareci demorar uns cinco minutos pra conseguir pensar e depois vi a burrada que tinha feito. Peguei meu tênis que estava no lado do sofá e coloquei rápido, e peguei o moletom que estava na mesa, que era da Luisa. Peguei minha bolsa também, e meu celular. Nem me preocupei em olhar no espelho. Simplesmente saí correndo de casa e desci pelas escadas mesmo. Elevador demoraria muito, e isso não podia demorar. Quando cheguei à rua, já não o vi mais. Mas peguei o primeiro taxi que passou.
- Para onde, senhorita? - perguntou o moço.
- Aeroporto de Congonhas, por favor. E rápido! - disse meio ofegante.
Durante todo o percurso fiquei meio aflita. O medo de perder, medo de nunca mais vê-lo. Não podia ser assim, simplesmente não entrava na minha cabeça a ideia não vê-lo todos os dias! A música que dava no rádio me fez parar para pensar e vi que era bem o que eu sentia. Vontade de voar pra ele, de ter ele perto de mim e nunca mais deixá-lo. Mas a sensação de que ele já estava longe de mim já fazia parte. O vazio já estava de volta. Mas eu não poderia desistir.
Quando o taxi parou em frente ao aeroporto eu logo paguei e desci. Sai correndo, precisava encontrar informações, precisava saber onde ele estava. Tentava ligar, mas dava ocupado. E quando estava em frente ao vidro, onde dava para ver a sala de embarque, consegui vê-lo. E logo ouvi uma voz doce, bem alto, no microfone: - Voo 137, com destino a Balneário Comburiu, portão C, última chamada.
E de longe, pude vê-lo entrar por aquele portão, e em seguida, entrar no corredor que o levaria até o avião. Senti minhas pernas falharem e minha visão ficar mais escura. Falta de ar, falta de apoio.
As lágrimas que pareciam ter sumido, veio com tudo quando cai no chão. E sem me importar com nada, me agachei ali e chorei tudo. Eu tinha perdido Federico, totalmente. Eu não o veria mais. Ele tinha ido embora. Odiei o avião naquele momento. Odiei toda essa