Ibraco
Hoje a viagem começou, o barco partiu de manha y a Colômbia ficou trás. Trouxe só uma mala comigo e nela só o indispensável, a grandeza do rio Amazonas não pode ser entendida sem navegar nele. Até agora o estou conhecendo realmente.
II
Imenso rio Amazonas.
Nas arvores da ribeira a gente pode ver as marcas do nível que agua alcança nas crescentes, até seis metros mais do que agora na estação de seca.
Ainda na seca eu na posso ver nenhuma das ribeiras do rio, ás vezes eu sinto medo y pergunto para mim que aconteceria se o barco naufragara, os olhos dos jacarés que emergem da agua dizem que eles estão com fome.
III
Hoje eu vi as palafitas mais altas que eu tem visto, nelas moram alguns pescadores. Eles estavam perto do casario tirando os peixes pequenos das tarrafas, outros pescavam peixes maiores, reconheci os tucunarés, os tambaquis e os pirarucus,
IV As pessoas desta região têm sangue índia. E são índios os sons que escuto o tempo todo e que se perdem na floresta, há muitas tribos no profundo da mata, tribos ameaçadas pelos brancos e os mestiços, na tarde algumas pessoas deixaram o barco, eles vestiam calças, camisetas e sapatos, só as penas nas suas cabeças e os colares de dentes em seus pescoços disseram para mim que eles eram índios, que viajaram ate tabatinga y estavam de volta em Coari, aquele pequeno casario onde o barco parou.
V
Hoje o barco chegou a Manaus, uma cidade tão grande no meio da floresta e incrível. Eu vou ficar aqui pelos próximos quatro dias, quero praticar meu português e comprar algumas coisas na zona franca, uma senhora esteve falando dela e eu estou com curiosidade, também quero conhecer o Teatro Amazonas y outros lugares históricos da cidade