Ibm e o holocausto
IBM E O HOLOCAUSTO
Em um certo dia do ano de 1993, durante uma visita ao Museu do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington, o jornalista Edwin Black deparou-se com uma máquina IBM Hollerith D-11 – de classificação de cartões, que ocupava um lugar de destaque na exposição. Após fitar o objeto por um tempo, uma pergunta surgiu: what was the connection of this gleaming black, beige and silver machine, squatting silently in this dimly lit museum, to the millions of Jews and other Europeans who were murdered — and murdered not just in a chaotic splitsecond as a casualty of war, but in a grotesque and protracted twelve-year campaign of highly organized humiliation, dehumanization, and then ultimately extermination? (BLACK, 2006, p.19)1
Black (2006), filho de poloneses sobreviventes do Holocausto, concluiu que a IBM (Internacional Business Machines) de alguma forma se envolvera no Holocausto, dele participando com algum tipo de contribuição tecnológica. Esse foi o ponto de partida, em 1998, para o início de uma extensa pesquisa, a qual deu origem ao livro IBM e o Holocausto, lançado em 2001. A obra discorre acerca da participação consciente da IBM no Holocausto, catalogando e identificando os judeus, além de outros grupos “indesejáveis”, como homossexuais e ciganos, existentes na Alemanha nazista. A IBM foi fundada por Hermann Hollerith, alemão crescido nos Estados Unidos. Com 19 anos, já formado pela Columbia Scholl of Mine, recebeu uma proposta de trabalho
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“Qual era a relação dessa máquina cintilante, pintada de preto, bege e prata, aboletada naquele museu discretamente iluminado, com os milhões de judeus e outros europeus assassinados - massacre que não ocorreu em caóticas frações de segundo, da maneira como pereceram tantas vítimas da