Hype
Aluna: Aline Gomes Janaue (9h)
Fotojornalismo – Professor: Weiler Filho
O documentário Hype! é um bom exemplo de como nem tudo é o que aparenta ser. Ele aparentemente aborda apenas como surgiu o movimento grunge no início dos anos noventa. Porém, ele apresenta também uma análise crítica do funcionamento da indústria fonográfica da época – com questões que ainda são atuais e podem facilmente ser encontradas na nossa realidade –, mostrando sua verdadeira face. Em Hype! observamos que o movimento mudou de uma forma de expressão para um grande negócio, a ponto até de ditar moda e gírias. O grunge surgiu a partir da necessidade dos jovens de expurgarem seus demônios em meio a uma cidade que sofria por causa de neve e chuvas intensas, porém ganhou uma dimensão muito maior. Podemos ver como bandas como Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden se consolidaram e venderam milhares de discos, chamando a atenção da mídia e revelando a produtoras e empresário como o grunge era um ótimo negócio, uma grande campanha publicitária, como o próprio título do documentário sugere. No início, o grunge tinha como palco as garagens das casas de Seattle. As letras tinham um certo pesar e algumas eram até bobas. Através delas, aqueles jovens podiam dizer qualquer coisa. Não tinham medo de expor suas angústias, raiva, dores e tormentos. Isso fica evidente em algumas letras (como a que diz que temos que vestir uma segunda pele para sair de casa).
Aquela juventude queria apenas ficar junta, se sentir parte de algo, pertencer a uma unidade. O objetivo não era o sucesso e nem o dinheiro – tanto que as bandas eram responsáveis pela produção do show desde a venda de ingressos até a limpeza do clube depois, e muitas vezes tocavam apenas para amigos.
O som tinha algumas características bem definidas: era instrospectivo, um tanto depressivo e raivoso, ironizava os padrões da sociedade e era despretensioso. O visual, que parecia desleixado e meio sujo