Humilhação Social
Humilhação Social
Em debate sobre o “tema ‘‘humilhação social”, chegamos à conclusão de que o sentimento de humilhação junto com seu exercício parece nos fornecer elementos cruciais para a compreensão dos acontecimentos mais importantes da atualidade.
Ao discutirmos o significado de humilhação, suas formas e seus efeitos, descobrimos quanto atingimos a sociedade e a integridade das pessoas. Abordaremos a questão da humilhação, abordando seus efeitos psicológicos, e morais, que acarretam formas diversificadas de dominações, opressões ou perseguições implicando a negociação do reconhecimento e, mesmo, a negociação da existência.
Sob esta visão, se impõe o reexame de fatos e situações sociais, regimes e sistemas políticos específicos como a escravidão, e outros processos atuais. A psicanálise, a história e a sociologia, o teatro, o cinema e a cultura de uma maneira geral não cessam de evocar e denunciar as situações de humilhação, de questionar as respostas e as atitudes que suscitam, seja elas de submissão ou de contestação e revolta.
A atualidade política, os conflitos nacionais e internacionais reveladores do impacto destas situações, assim como das reações que desencadeiam, impõem hoje que nos questionemos sobre as experiências e os significados da humilhação, que se exprimem tanto no sofrimento silencioso do indivíduo isolado como nas insurreições coletivas.
E o que dizer das dores e “silêncios” aparentes da humilhação? O que dizer de suas implicações, efeitos e significações nas estruturas de dominação e na emergência dos conflitos? Exposto às humilhações reiteradas e interiorizadas, muitas vezes tornadas hábitos como pensar as possibilidades de resistência e recusa.
Examinaremos, assim, situações singulares em que se desencadeiam os sentimentos de humilhação: por exemplo, onde os indivíduos, sem serem escravos, mas não se reconhecendo e não sendo reconhecidos como consumidores, são em grande medida inúteis.
Ou seja, não se encontram