Humaniza sus
Quando pensamos em SUS, a primeira coisa que vem à mente são as filas, a grande dificuldade em acessar os serviços e atendimentos totalmente desprovidos de cuidado com os usuários. Estas são realidades de um modelo assistencial individualista, descompromissado e descontextualizado. Isso é fato. Mas, como bem sabemos, é de uma crise que atentamos para a necessidade de mudança.
Apesar de ser lento e deficiente, devemos reconhecer a magnitude do que temos em mãos e partir para melhorias. É aqui que entra a Política Nacional de Humanização (PNH) com a proposta de buscar novos modelos de atenção e gestão nas práticas em saúde, priorizando a valorização dos diferentes sujeitos implicados neste processo.
Os pressupostos básicos deste trabalho são o trabalho em equipe, a interdisciplinaridade e a contextualização do usuário. O objetivo é alcançar um modelo de atenção voltado para as necessidades de cada usuário que permita melhor acompanhar o processo saúde-doença. Com isso torna-se possível a construção de vínculos terapêuticos, compromisso e responsabilização das equipes para com os usuários do sistema.
Para isto foram planejadas as equipes de referência e o apoio matricial. As primeiras são responsáveis pela atenção integral a todos os aspectos da saúde de um determinado número de sujeitos-usuários. O apoio se refere a profissionais próximos aos usuários que possam estar colaborando com o seu projeto de saúde. Estes dois aspectos constituem-se como ferramentas indispensáveis para a humanização da atenção e da gestão no Sistema Único de Saúde.
Já é de nosso conhecimento que as práticas nos serviços de saúde, baseadas num ideário individualista e determinista, se tornaram ultrapassadas e não surtem os efeitos mais benéficos. Os primeiros passos para a superação desta dificuldade estão sendo dados. Entretanto, um amontoado de ideias não é tão efetivo se não posto em prática. Realmente é muito difícil alterar paradigmas estabelecidos