Maria antonieta
A arte moderna primava pela originalidade; é possível identificar as idiossincrasias de todos os grandes autores modernos. Da mesma forma, era responsabilidade dos artistas modernos a coerência e a lógica, em uma palavra, a seriedade de suas obras. Pois é justamente com isso que a arte pós-moderna se propõe a romper. Em vez de artistas compromissados com a seriedade, temos artistas brincalhões; em vez de homens que tem na arte uma missão, um veículo para a transmissão de uma mensagem, muitas vezes humanista e libertadora, temos artistas que deliberadamente constroem obras desprovidas de propósito ou de mensagem, obras que existem simplesmente por existir, destinadas apenas à decoração; no lugar das obras densas e profundas dos artistas modernos, temos as obras de confessada futilidade e leveza, sem as pretensões de genialidade que outrora norteavam as ambições dos artistas.
Com a arte moderna, devido às idiossincrasias dos autores, era possível fazer imitações, e essas imitações tinham um sabor de ironia, de acidez e de crítica; era a chamada paródia. Dentro do que poderíamos chamar de proposta pós-moderna, na qual a originalidade goza de pouco prestígio (e é rara), a própria paródia perde muito de seu sentido, tornando-se uma figura de linguagem um tanto descontextualizada. Dessa forma – sem a originalidade dos autores modernos, e sem a possibilidade da imitação irônica e crítica – que linguagem falaria a arte pós-moderna? A arte pós-moderna cria uma nova figura de linguagem: o pastiche. O pastiche também é uma imitação, mas não tem as intenções críticas da paródia; segundo Jameson, ele é pálido, ou seja, é inócuo, é gratuito.
Outra característica da arte pós-moderna – que tem parentesco com o pastiche – é o eterno presente. Ou seja, o passado, na arte pós-moderna, se mescla com o presente, os elementos próprios de cada um estão sempre contaminando o outro. Podemos ouvir gírias atuais na boca de