Hugo munsterberg e o cinema
Hugo Munsterberg, nome importante da psicologia no começo do século XX, um dos fundadores da Gestalt, também filósofo, diretor do departamento de filosofia em Harvard durante a era de William James e outros filósofos importantes, lança, em 1916, o livro The Photoplay: A Psychological Study. Seu livro, dividido em duas partes, apresenta uma psicologia do cinema e uma estética do cinema. Andrew o considera um marco, pois se apresenta não apenas como a primeira das teorias do cinema, como também a mais direta, uma vez que escrita sem precedentes de outros trabalhos teóricos.
Andrew (1989) comenta que o livro de Munsterberg começa com uma introdução histórica sobre o aparecimento do cinema e seus primeiros desenvolvimentos. Esta história do cinema é dividida por Munsterberg no que ele chama de desenvolvimentos cinematográficos “externos” e “internos”, sendo os primeiros a história dos desenvolvimentos tecnológicos do cinema e, os segundos, a evolução do uso, pela sociedade, do veículo cinema. Esta história do cinema culmina com uma apologia à capacidade narrativa do cinema, uma vez que Munsterberg considera esta a verdadeira vocação do cinema, a forma de sua realização plena, sua afinidade natural. Considerava, portanto, a realização dos filmes documentários como algo inferior ao filme narrativo.
Para Munsterberg, o cinema narrativo era o produto que alcançava e se realizava no verdadeiro domínio ao qual o cinema se dirigia: a mente humana. Pensando nas categorias delimitadas por Andrew (1989) para confrontar comparativamente as posições dos diversos teóricos do cinema, se considerarmos a matéria-prima do cinema, aquilo a partir de que são feitos os filmes, os materiais utilizados pelos cineastas, para Munsterberg, trata-se do conjunto dos recursos da própria mente humana. Assim, para um espectador na sala escura, a experiência cinematográfica seria uma espécie de processamento (trabalho) mental a partir dos elementos