Antologia do cinema

A Experiência do Cinema: Apresentação Geral – Ismael Xavier

A antologia A Experiência do Cinema, organizado por Ismael Xavier, inicia com três capítulos escritos pelo psicólogo Hugo Munsterberg, que dedicou seus estudos à questão da imagem do cinema, numa época que em que Griffith se afirmava como um dos cineastas mais importantes da história do Cinema. Como Munsterberg nunca chegou a presenciar a chegada do som à sétima arte, a antologia termina com um capítulo de Mary Ann Doane, que “procura refinar sua análise do registro auditivo no cinema” (p. 9).
A antologia apresenta 65 anos de reflexão sobre o cinema. O livro não tem a pretensão de apresentar todos os aspectos da teoria do cinema, que já se apresenta bastante complexa e diversificada. Ismael Xavier tem o propósito de fazer um recorte da teoria com flexibilidade para incluir “o maior número possível de autores cuja contribuição ficou bem marcada no desenvolvimento dos debates e na fixação de parâmetros para a crítica” (p.9). Xavier propicia um fio condutor, dos estudos de Munsterberg, “preocupado em explicar como funciona a narração cinematográfica e suas relações com as experiências mentais do espectador” a “uma coleção de artigos (...) trazendo todos a marca do ‘retorno a Freud’ que (...) já era dado característico de parcela considerável da reflexão sobre as artes e cultura em geral no contexto contemporâneo” (p.10).
Xavier explicita sobre a organização do livro:
“Um elemento subjacente que organiza este livro é o problema da ficção cinematográfica tal como se consolidou a partir do cinema narrativo clássico, produto da indústria (...). O filme de ficção etilo norte-americano, com flutuações e polêmicas, é ainda hoje o dado mais contundente da atenção do crítico (...). Eis, portanto, um elemento fundamental de referencia aqui consolidado: a existência de um cinema dominante (...)” (p. 11).

A antologia é marcado por vários olhares sobre o cinema: por exemplo, Merleau- Ponty “explora a reação