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A apaixonante história do bardo inglês imortalizou-se ao longo dos séculos. Até hoje inúmeras cartas são enviadas para Verona, cidade italiana e terra natal de Romeu e Julieta. Os remetentes se dirigem a Julieta em todos os idiomas imagináveis, à procura de orientações afetivas.
É ainda mais fantástico que todas elas sejam retribuídas por voluntários ao longo de pelo menos setenta anos. Este livro revela os bastidores desta obra-prima de William Shakespeare e nos conduz ao longo de uma jornada pelos grandiosos mausoléus que sustentaram o mito do amor proibido entre dois jovens pertencentes a famílias rivais.

Além disso, o livro narra a trajetória dessas epístolas e daqueles que têm formulado as réplicas a elas por mais de setenta anos. O leitor vai encontrar aqui uma antologia de cartas genuínas, especialmente dirigidas aos amantes de todo o Planeta. Ele não deve esperar por uma publicação tradicional.

A obra inspirou a produção cinematográfica que traz o mesmo título, mas ambas apresentam estruturas completamente distintas. Na versão impressa as autoras revelam a origem das Secretárias de Julieta, como são conhecidas as pessoas que, ano após ano, respondem a pedidos de socorro, orientações ou à gratidão dos remetentes pela mensagem que lhes foi enviada.

Assim, o livro não configura uma ficção, e sim um documento que desvela a vocação romântica de Verona, para sempre a fonte de um dos maiores mitos humanos. Tudo lembra o clássico de Shakespeare neste recanto histórico; nela o turista se depara com as residências dos protagonistas e inclusive com a sepultura de Julieta.

É surpreendente o grau de informações contido em Cartas para Julieta. É possível até descobrir que o jazigo da personagem foi transportado para vários lugares diferentes na cidade italiana. A impressão que se tem durante a leitura do livro é que, na verdade, a trama shakespereana determinou a configuração e o destino de Verona.

Lise Friedman leciona na New York University’s Gallatin