HPV e a relação com o câncer de colo úterino
INTRODUÇÃO
O Papiloma Vírus humano (HPV) é um agente infeccioso considerado a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente no mundo, principalmente em países subdesenvolvidos. É um vírus não envelopado, com formato icosaédrico, medindo de 52 a 55nm de diâmetro. Seu genoma é composto por uma molécula com DNA duplo e cerca de 8000 bases pareadas. São vírus pertencentes à família Papoviridae e apresentam tropismo por células epiteliais, causando infecção em tecidos cutâneos ou mucosos (NAKAGAWA et al. 2010) (LETO et al. 2011).
O vírus infecta o hospedeiro através de microtraumatismos na pele, justificando a transmissão sexual como a via mais comum. Porém, o vírus pode ser transmitido por atividades sexuais sem penetração ou fômites, apenas pelo contato com superfícies contaminadas (VERONESI, 2009).
Existem centenas de tipos de HPV caracterizados e outros ainda pendentes. Estima-se que cerca de 100 tipos acometem o ser humano. Dependendo de sua epidemiologia, esses vírus são classificados em baixo e alto risco. Geralmente, os HPVs de baixo risco (6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, dentre outros) estão associados a lesões benignas, tais como verrugas ou neoplasias intraepiteliais de baixo grau. Já os de alto risco (16,18, 26, 31, 33, 35, 39, 45, 51, dentre outros) estão relacionados à neoplasia maligna ou de alto grau (NAKAGAWA et al. 2010) (LETO et al. 2011). Esta infecção tende a regredir espontaneamente dentro de alguns meses e durante esse período o hospedeiro poderá ou não apresentar lesões características. Pois, a progressão da infecção está diretamente ligada à competência do sistema imunológico do hospedeiro e ao tipo viral. Sendo assim, os HPVs de alto risco costumam ser mais prevalentes (NAKAGAWA et al. 2010) (LETO et al. 2011).
A identificação do DNA do HPV bem como seu tipo e carga viral são realizados por métodos de biologia molecular. Os mais comuns e efetivos são as técnicas de hibridização e