Hospitalar
Psicologia e Medicina já foram uma só prática, período em que o sujeito doente era visto como um todo orgânico, ultrapassando seus limites físicos, integrando-se à natureza em harmonia com as divindades. Nesse período, religião, forças da natureza, doenças e filosofia eram um só conjunto. Doença era manifestação de ira dos Deuses, demônios e maus espíritos eram libertados através das cirurgias, plantas eram utilizadas para cura etc.
No século XII, tanto na Inglaterra quanto na França, uma pessoa com determinada doença visitava a corte, e os Reis tocavam o doente e os curavam. Através do ritual do toque real praticado pelos reis, foi possível que os médicos reconhecessem que o ato de ser tocado fazia da alguma forma o sangue correr mais depressa e favorecia a cura. Ainda no século XII, Descartes e Newton distinguem o corpo (res-extensa) da alma (res-cogitans). Hipócrates buscava a cura a partir do corpo, e Sócrates estabeleceu que a verdade estivesse no sujeito. Por volta de 400 a.C., a humanidade passava pelo momento de identificar o indivíduo como agente dos acontecimentos (Belkiss,1999). Pode-se identificar que esse breve processo histórico possibilitou reconhecer que na manifestação da doença há duas forças provenientes, a do corpo e a do psíquico.
O indivíduo num processo de agravamento de doença tem uma história de vida e características de personalidade, são sujeitos de suas vidas. Enfrentam perdas relacionadas ao afastamento do trabalho, da família, financeiras, perda de autonomia, da independência e do próprio corpo. Através desse processo o paciente vive a perda de si próprio e a perda das pessoas próximas. Perdas estas que acarretam sentimento de dor, degeneração, incerteza, medo da morte etc.
No momento em que o paciente está em gravemente enfermo geralmente ele é tratado como alguém sem direito a opinar, pois outra pessoa é quem decide os procedimentos e para onde ele deve ser conduzido. O doente tem sentimentos,