3. Casamento Homo afetivo Para discutir o casamento gay, Judith Butler (2003) em “O parentesco é sempre tido como heterossexual?”, parte do pressuposto de que o casamento gay não é sinônimo ao parentesco homossexual. A autora, ao estabelecer uma análise em relação ao processo de legalização da união entre homossexuais ocorrida na França, corroborando assim, com uma discussão teórica que para nós é inteiramente válida. Butler (2003, p.221) define o parentesco como sendo Um conjunto de práticas que estabelece relações de vários tipos que negociam a reprodução da vida e as demandas da morte, então as práticas de parentesco são aquelas que emergem para dirigir as formas fundamentais da dependência humana, que podem incluir o nascimento, a criação de crianças, as relações de dependência e de apoio emocional, os vínculos de gerações, a doença, o falecimento e a morte. Podemos perceber que as relações de parentesco ultrapassam a idéia de casamento com seus limites jurídicos estabelecidos e funciona de acordo com as regras não formalizadas. o casamento tem também se separado das questões de parentesco na medida em que projetos de lei de casamento gay freqüentemente excluem direitos à adoção ao às tecnologias de reprodução enquanto direitos supostamente garantidos pelo casamento. Com isto posto, acabamos por conceber o entendimento da autora frente ao casamento (BUTLER, 2003, p.223). São várias as abordagens sociológicas que mostram existem e persistem relações de parentesco que não se enquadram no modelo tradicional de família nuclear, ou seja, a idéia de parentesco tem se separado da hipótese de casamento. O fato é que essa separação não é tão simples assim, por chocar na idéia de construção familiar. Ocorre que, os projetos de lei sobre o casamento gay discutidos em vários países, freqüentemente têm feito esta separação entre casamento e parentesco, devemos pensar então na legalidade,