Homo somaticus
A expressão “homo somaticus” distingue no homem dois elementos: um psíquico(alma) e um somático(corpo). O corpo obviamente é uma realidade física, o que significa que o método para o estudo é o experimental(considerando o científico), tornando-o assim, reduzido a uma coisa. Entretanto, não pode ser reduzido a um objeto, visto que trata-se do próprio corpo, como é sentido, experimentado e vivido(consideração fenomenológica), é, portanto, uma dupla investigação sobre o corpo.
Propõe-se então a dizer que o conhecimento que a ciência tem sobre o corpo é limitado, mas o que já se sabe é o suficiente. Sobretudo o que surpreende são os seus mecanismos: enquanto o animal nasce com o corpo, geralmente perfeito, mas incapaz de desenvolver-se ulteriormente, o homem nasce ainda em estruturação, de modo algum senhor de si, mas dotado de um poder de desenvolvimento maravilhoso. Ele não só se torna senhor do seu corpo, como também através dele, senhor do mundo, mudando, moldando e dominando-o. Do ponto de vista fisiológico e psicológico, o homem é desprotegido frente à natureza, superando, através do cérebro essa deficiência. Além disso, o que distingue o homem dos animais é sua posição vertical(corpo ereto), diferença estrutural que diz respeito não só a forma do corpo, mas as suas funções, com um ato livre de superioridade.
A dimensão somática e suas funções múltiplas referem-se a toda prática do homem, já que não há nenhuma atividade humana que não tenha uma de suas componentes e por sua mediação, o homem é um ser social no mundo, se reconhecendo constituído dos mesmos elementos, sujeito às mesmas sortes e leis. A somaticidade designa uma determinada posição no espaço e condiciona o homem a ter relações com as realidades que lhe são próximas. O corpo de cada ser humano é o seu foco e seu universo, é através dele que o homem se situa e interioriza as coisas do mundo, funcionando como ponto de referência.
O corpo é um instrumento necessário para a