Homenagem Aos Mestres
Luciana Pereira de Almeida
Falar de vocês é muito difícil. Não no sentido de não ter o que fala, muito pelo contrário. É difícil exatamente por que eu tenho muito o que falar, eu conheci vocês, vocês me conheceram. Nós nos deixamos cativar um pelo outro e como diz um grande poeta: “A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar...”.
É muito estranho tudo isso porque agora que eu também sou uma professora eu fico me perguntando se algum dia eu vou ser responsável por causar o que eu estou sentindo em outras pessoas. Talvez.
Eu tenho uma dúvida muito persistente que fica fazendo com que eu perca, ou ganhe, horas pensando a respeito disso. Eu vou contar para vocês, mas antes quero fazer uma ilustração. Digamos que goste muito de ir à praia. Isso te faz bem, acalma sua alma e te faz muito feliz. Um dia você descobre que tem que se mudar para um lugar que não tem praia. Você vai passar muito tempo sem vê-la. É nessa hora que talvez venha à sua mente: “Se eu não gostasse tanto da praia seria um pouco mais fácil me afastar dela. Se ela me deixasse menos feliz, me fizesse menos bem, acalmasse menos minha alma” Acontece a mesma coisa com isso tudo de formatura e despedida e separação. É nisso que eu penso. Talvez, e somente talvez, vocês fossem menos legais, menos compreensivos, menos amorosos, menos participativos nos nossos problemas. Se se preocupassem menos conosco talvez nós também sentíssemos menos falta na hora de nos despedir de vocês. Mas não! Vocês precisam ser mais em tudo e consequentemente têm que deixar mais difícil nos separar de vocês.
É muito complicado falar de vocês, eu já disse, mas não impossível. Então, vamos lá. Gente, eu nunca conheci professores tão diferentes. Tão excêntricos. Vocês são únicos. Eu sei que todos são diferentes, cada um é único. Mas vocês levam a sério a parada de ser único. Vocês são incríveis. Ajudaram-nos a vencer muitas barreiras. Soberam mediar um bando de loucos quando estávamos em