Homem e sociedade
O que é ser negro no Brasil?
Iniciada na primeira metade do século XVI, com as atividades voltadas para a cana de açúcar, a escravidão marca a história do Brasil. Das nações americanas cristãs foi o país que apresentou o maior número de pessoas escravizadas e foi o último a abolir a escravidão.
A razão desta demora está vinculada ao enorme lucro que a coroa portuguesa e os senhores de escravos tinham com a atividade de transportar escravos da África para o Brasil e também do trabalho não pago.
Mas o processo de escravidão não se deu sem resistência, podemos identificar desde a formação de quilombos, refúgios dos fugitivos, lugares onde tentavam viver de modo livre até a retomada de seus valores e símbolos culturais. Aborto, suicídio, ataques e homicídios, também foram estratégias de resistência à escravatura. O Governo Regencial, temeroso dos ataques dos revoltados, desenvolve leis que puniriam qualquer escravo agressivo:
Serão punidos com pena de morte os escravos ou escravas, que matarem por qualquer maneira que seja, propinarem veneno, ferirem gravemente ou fizerem qualquer outra grave ofensa física, a seu senhor, a sua mulher, a descendentes ou ascendentes que em sua companhia morar, a administrador, feitor, e as suas mulheres que com eles viverem. Se o ferimento ou ofensa física forem leves, a pena será de açoites, a proporção das circunstâncias, mais ou menos agravantes (BRASIL, 1835).
As manifestações culturais dos negros eram também uma forma de resistência. A religião, a música, a luta e a língua foram expressões da cultura negra que se consolidaram na formação da cultura do povo