Na fila de um casting muito se fala
(À porta de um prédio, na esquina de uma rua da cidade de Lisboa, uma longa fila com várias dezenas de jovens, enquanto os candidatos esperam pela sua vez para o casting. Três desses jovens, Diana, Rita e André, conversam animadamente. Diana é francesa; apesar de falar fluentemente português, tem aquela pronúncia característica de Francesa. Estes três jovens sonham com carreiras ligadas à representação.)
(André, Rita, Diana e figurantes estão em cena).
André - Estes castings são sempre o mesmo: horas e horas de espera nestas filas demasiado longas…
Rita - Pois é… têm sempre filas tão grandes… Mas são sempre tão divertidos! E acabamos por conhecer muitas pessoas!
Diana - Nem sempre são assim tão divertidos… Às vezes fico realmente nervosa e nem consigo fazer o que me é pedido… Já alguma vez vos aconteceu? Ficarem com os nervos à flor da pele e não se conseguirem lembrar do papel?
André - A mim não! (mostra um grande sorriso, cheio de orgulho de si mesmo) Rita - Ele nunca está nervoso! Parece que nasceu para representar!
André - Há quem tenha um talento natural… Como eu!
Diana - Que convencido!
André - Convencido não, realista! (risos)
Rita - Antes de vires para Portugal, em França, chegou a fazer algum casting, Diana?
Diana - Fiz um. Foi mesmo antes de nos mudarmos. Eu andei no clube de teatro da minha escola em França e a minha professora disse que eu tinha jeito para a representação. Nãopude ficar indiferente ao elogio, por isso fui a um casting umas semanas depois.
André - Conseguiste algum papel?
Diana - Consegui um papel pequenino. Tinha duas falas, mas foi uma ótima experiência de vida. Rita – Que sorte! Eu nunca consegui um papel, nem um pequenininho… E foi logo no teu primeiro casting!
André - Nunca conseguiste nenhum papel?! De que é que estás a falar?Claro que conseguiste! Aquele em que fazes de irmã mais velha e amiga irritante!
(risos)
(Rita não levou a mal. Aliás, até achou graça).