Homem e sociedade
A RELAÇÃO MÃE-BEBÊ NO PRIMEIRO ANO DE VIDA DA CRIANÇA
O nascimento do bebê é um período emocionalmente vulnerável, devido às profundas mudanças intra e interpessoais desencadeadas pelo parto. Com o parto quebra-se a imagem idealizada do bebê ao mesmo tempo em que este passa a se tornar um ser independente da mãe, recebendo todo o carinho e atenção que antes era desprendido à gestante. Este momento é, portanto, onde a mãe irá atribuir um novo significado à experiência da maternidade (Borsa e Dias, 2004). Neste contexto, segundo Klaus, Kennel & Klaus (2000), o apoio emocional é um ingrediente essencial para todas as mulheres. Ele é necessário para o aumento não só da saúde física e emocional da mãe durante o nascimento da criança, mas também com a relação especial que estabelece a ligação entre pais e deles com o bebê.
O primeiro trimestre do puerpério caracteriza-se como um período de transição onde a mulher torna-se especialmente sensível e confusa, com o aparecimento de sintomas ansiosos e depressivos. Durante a gravidez o filho é muitas vezes sentido como parte do corpo materno e, por essa razão, o nascimento pode ser visto como uma amputação de parte do seu corpo. Após o parto, a mãe percebe que o bebê é outra pessoa; nesse sentido torna-se necessário elaborar a perda deste bebê da fantasia para entrar em contato com o bebê real. Com o desaparecimento gradativo desta imagem idealizada, vem muitas vezes desapontamento, desânimo e a impressão de ser incapaz de enfrentar a nova realidade (Maldonado, 2002).
A expressão ‘formação do vínculo’, de acordo do Klaus, Kennel & Klaus (2000), refere-se ao investimento emocional dos pais em seu filho. É um processo que é formado e cresce com repetidas experiências significativas e prazerosas. Ao mesmo tempo outro elo, geralmente chamado de ‘apego’, desenvolve-se nas crianças em relação a seus pais e a outras pessoas que ajudem a cuidar delas. É a partir dessa conexão