Homem sociedade
“A trigésima terceira Conferência Geral da Unesco, em Paris, adotou, no dia 20 de outubro de 2005, uma convenção sobre a proteção e a promoção da diversidade cultural com a quase unanimidade dos 154 países presentes. Dois foram contrários: Estados Unidos e Israel. Quatro abstenções: Austrália, Honduras, Libéria e Nicarágua. Em três dias, aproximadamente, o texto foi aprovado em comissão pelos representantes dos 151 estados dentre os 191 membros da Unesco. O objetivo dessa convenção foi o de dar força de lei à Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, adotada, por unanimidade, após os eventos do 11 de Setembro de 2001. Dando à diversidade o ranking de 'patrimônio comum da humanidade', essa declaração se opunha aos 'doentios fundamentalistas' com a 'perspectiva de um mundo mais aberto, mais criativo e mais democrático.
Dois fóruns institucionais contribuíram para forjar os elementos de uma doutrina sobre a cultura e as políticas culturais. O primeiro é, evidentemente, a própria Unesco. Fundamentalmente, a partir do fim dos anos 60 com a entrada na era pós-colonial, a era da independência. É nessa época que a relação de força entre os países do Norte e os do Sul afeta, numericamente e ideologicamente, o conjunto do sistema das Nações Unidas. Mesmo se o peso da divisão geopolítica Este/Oeste continua a influenciar as representações dominantes de ordenamento do mundo, a ponto de provocar um curto-circuito na relação Norte/Sul e as demandas do dito Terceiro Mundo.
É o momento no qual se faz patente a crise de uma filosofia do desenvolvimento para a qual a modernização equivalia à ocidentalização, uma versão requintada dos programas etnocêntricos de assimilação cultural. É a falência da crença em um progresso linear e infinito, dos paliativos