Homem Filosófico
CRISE AMBIENTAL, EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE EMANCIPATÓRIA1
“O importante não é o que fazem do homem, mas o que ele faz do que fizeram dele”.
Jean Paul Sartre.
INTRODUÇÃO
Nas décadas recentes muito se tem falado, praticado e escrito sobre a relação entre a crise ambiental e a educação. Pergunta-se e problematiza-se, crescentemente, que contribuição o processo educativo pode representar na busca de respostas aos múltiplos e, cada vez mais, frequentes problemas socioambientais.
Essa intensificação do debate sobre a educação e a questão ambiental não tem, todavia, produzido esforços, proporcionais, de caracterização e diferenciação das principais tendências político-ideológicas e éticas que dividem o campo ambiental legando-nos um quadro confuso, pontuado de ambiguidades, dúvidas e indistinções. Isto é, apesar da ampla diversidade de interesses e objetivos das propostas de educação ambiental muitas vezes parecemos estar nos referindo a um mesmo objeto. Esse, portanto, é um dos propósitos do presente artigo, mapear as principais tendências político-ideológicas da chamada educação ambiental analisando os significados, valores, interesses e objetivos que lhes constituem assim como suas possíveis implicações na formação dos educandos e na vida social como um todo.
O segundo objetivo, complementar ao primeiro, visa problematizar o significado da politização da educação e da questão ambientais. A partir do reconhecimento das perspectivas conservadora e emancipatória da educação, analisa os processos de conscientização dos conflitos constitutivos da crise ambiental e a possibilidade de