Home
O documentário Home traz um sem-número de dados alarmantes, principalmente nos textos que rolam pela tela em seu final e a música de fundo é incessantemente pungente. Resta o consolo de saber que trabalhos como este vêm ganhando maior audiência e o fato de ter sido bancado por um imenso conglomerado de grifes de moda nos diz, também, que corporações começam a examinar o território à sua volta e nossos hábitos de consumo sob uma ótica já em processo de mudança – se nós formos, elas também irão
“E as árvores mortas já não mais te abrigam, nem te consola o canto dos grilos, E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca....” - T. S. Eliot, “A Terra Desolada”
Um ambicioso documentário, Home foi lançado no dia 5 de junho de 2009, Dia Mundial do Ambiente, simultaneamente em vários formatos (cinema, DVD, online). Seu impacto teria sido decisivo para vários políticos verdes nas eleições do Parlamento Europeu dois dias depois. Não é para menos. O fotógrafo Yann Arthus-Bertrand vendeu três milhões de cópias de seu livro - A Terra Vista de Cima - desde seu lançamento, em 1999. A versão animada demorou três anos para ser completada, com 217 dias de filmagem em 54 países diferentes.
O texto é sóbrio, sobre um desfilar de imagens que nos levam ao arrebatamento, quando mostram a natureza ainda em sua pluralidade e dimensão, e ao estarrecimento, como as cenas de uma fazenda de gado nos Estados Unidos onde milhares de vacas se aglomeram em um território onde não se encontra uma única folha de grama – elas estão lá para nos alimentar (nós que consumimos 13 mil litros de água por um quilo de carne) e não para serem alimentadas como um dia foram, em pastos naturais.
Como um dia foi parece ser a mensagem central do filme, aliada a outra: o que estamos às vias de perder e como. Toda a filmagem foi feita com câmeras montadas em estabilizadores em helicópteros. O resultado busca nos trazer uma concisa história da civilização humana, de suas conquistas mas,