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Em face de toda essa forte componente visual majestosa, o documentário começa por prender-se com questões essencialmente geológicas que reduzem o tema a demasiadas simplificações garantindo algumas incoerências científicas (maioritariamente nos termos utilizados), dando primazia a um discurso mais poético e trabalhado. De repente, foca-se na condição humana e no crescimento da civilização humana de forma a poder iniciar a conversa em torno dos excessos da população mundial e que conduzem o planeta Terra a uma situação limite, quase cataclísmica. O problema é que rapidamente o filme divaga entre os argumentos ambientais, como os argumentos sociais e a dada altura não percebemos se o objectivo é sensibilizar a população perante os graves problemas ambientais que passamos ou para a pobreza com que muitos países vivem.
Home terá sido o ponto de partida para uma das campanhas ambientais mais mediáticas de sempre. A propósito do Dia Mundial do Ambiente, o filme-documentário estreou simultaneamente em cerca de 50 países, em DVD, na televisão, no cinema, em plataformas online como o Youtube e em inúmeras iniciativas públicas. Home - O Mundo é a Nossa Casa apresenta-se uma peça imponente dada a qualidade das imagens com que somos brindados constantemente. Yann Arthus-Bertrand estreia-se assim na realização, com a ideia de criar uma mensagem impactante a nível mundial, especialmente para quem ainda não se deixou convencer por Al Gore.