Histórico do termo Ideologia
Em 1801, após a Revolução Francesa (1789), surgi o termo ideologia cunhado por Destutt de Tracy – filósofo, político, soldado francês e líder da escola filosófica dos Ideólogos – em seu livro Elementos de Ideologia. De acordo com CHAUÍ (2003), juntamente com o médico Cabanis, De Gérando – jurista, filantropo e filósofo francês – e Volney – filósofo, historiador, orientalista e político francês – Destutt de Tracy desejava elaborar uma ciência da formação das idéias “tratando-as como fenômenos naturais que exprimem a relação do corpo humano, enquanto organismo vivo, com o meio ambiente.” (CHAUÍ 2003).
Estes pensadores conhecidos como os ideólogos franceses eram contrários aos princípios da teologia; antimetafísicos – metafísica é uma disciplina da filosofia que busca respostas para questões como da existência do mundo, existência de outros mundos, existência de um Deus, existência de um “espírito” etc. –; e antimonárquicos – monarquia é uma forma de governo onde o chefe de Estado permanece em seu cargo até sua morte ou sua abdicação. Eram também materialistas, ou seja, só admitiam causas naturais físicas para as ideias e as ações humanas, como também, apenas, conhecimentos científicos (observação de fatos e experimentação) para a explicação das coisas.
Estes ideólogos foram partidários de Napoleão Bonaparte, em seu governo apoiando o golpe de 18 Brumário (tomada de Napoleão ao poder). Napoleão nomeou diversos ideólogos para o senado e tribunas. Entretanto, Napoleão, restaurou o Antigo Regime – sistema monárquico que os ideólogos tanto criticara. Os ideólogos franceses se opuseram novamente ao sistema, sendo retirados do Tribunado.
Em um discurso ao Conselho de Estado em 1812, Napoleão, declarou: “Todas as desgraças que afligem nossa bela França devem ser atribuídas à ideologia, essa tenebrosa metafísica que, buscando com sutilezas as causas primeiras, quer fundar sobre suas bases a legislação dos povos, em vez de adaptar as leis ao