História
Era o auge da Guerra Fria, um período de tensões políticas e ideológicas que opuseram dois blocos: os Estados Unidos e a ex-União Soviética.
Na América do Sul, a Revolução Cubana, de 1959, inspirou guerrilhas, partidos comunistas e movimentos populares. Eles propunham romper uma tradição de desigualdades sociais e domínio imperialista na região, alinhando-se, dessa forma, ao bloco comunista.
Para evitar o avanço do comunismo no Cone Sul, o governo dos Estados Unidos forneceu suporte técnico e financeiro a militares para destituir governos, eleitos democraticamente, que não se conformavam à agenda política de Washington.
Nos anos 1980, o fracasso econômico, a restrição de liberdades individuais, crimes de violação dos Direitos Humanos e assassinatos políticos levaram ao colapso dos regimes militares, em processos graduais de redemocratização.
Argentina
As ditaduras militares substituíram governos populistas em vigor desde os anos 1940. Eram tempos de instabilidade política, que impediam tanto a sedimentação da democracia quanto o desenvolvimento social e econômico de países latino-americanos.
Na Argentina, ocorreram seis golpes de Estado no período entre 1930 e 1976. Nos dois últimos, de 1966 e 1976, os militares estabeleceram regimes autoritários mais duradouros (25 anos, no total).
Em 1966, o general Juan Carlos Onganía comandou a Revolução Argentina. Diferente dos levantes anteriores, que instauraram governos provisórios, foi adotado o modelo de Estado autoritário. Três ditadores se sucederam no poder, até que a pressão popular levou à convocação de eleições presidenciais, com a vitória de Juan Domingo Perón, em 1973.
Três anos depois, em 14 de março de 1976, um novo golpe empossou o general Jorge Rafael Videla. Nos 17 anos seguintes, até 1983, quatro juntas