História e afins
Assim como outros diversos processos ocorridos no continente africano, a partilha da África também foi narrada de um ponto de vista eurocêntrico em que as causas da retaliação do continente africano eram explicadas tendo em conta as demandas europeias. O Imperialismo, nome pelo qual ficaram conhecidas as investidas europeias na Ásia e na África no final do século XIX e inicio do século XX, foi um processo rápido e fácil do ponto de vista europeu mas, marcado por experiências dramáticas de ambos os lados e com consequências graves para as populações africanas. Para Godfrey N. Uzoigwe, nos idos da segunda metade do século XIX as potências francesas, inglesas, portuguesas e alemãs mantinham um parco controle sobre diversas regiões da África, mas não se arriscavam a estabelecer um controle mais enfático da região. A situação mudaria, de acordo com o autor, devido as intenções de controle dos belgas, portugueses e franceses que se tornaram mais evidentes, apontando para um interesse de estabelecer um governo efetivo nas suas áreas de influência. A partir de então, as demais potências europeias, receosas do efeito que as atitudes das nações acima citadas pudessem ter sobre os territórios que dominavam, procuraram regulamentar de maneira mais clara como deveriam ser suas relações com a África. A Conferência de Berlim e os diversos tratados assinados entre europeus e africanos e, entre diferentes nações europeias são indicativos de um período em que se pretendia garantir as chamadas áreas de influência. A conferência ocorreu entre 1884 e 1885, tendo como objetivo inicial questões referentes ao fim do tráfico negreiro e “ideais humanitários”; contudo, acabou por “distribuir territórios e aprovar resoluções sobre a livre navegação no Níger, no Benue e seus afluentes, e ainda por estabelecer