História Medieval II
A partir do século VIII (711) os Muçulmanos - árabes e berberes do Norte de África - estabeleceram-se na Península Ibérica e, inevitavelmente, exerceu uma influência cultural importantíssima que iria ter reflexos durante um longo período, um dos pilares da cultura muçulmana foi o ensino. O ensino das crianças poderia fazer-se em casa sob a supervisão de um mestre ou então nas escolas públicas. Era nesta fase que se aprendia a ler, a escrever e a recitar o Corão. A continuidade dos estudos dependia de fatores económicos: o jovem mais abastado podia estudar em casa com os mestres; os restantes participavam nos cursos que decorriam nas mesquitas, eram instruídos com disciplinas essencialmente vocacionadas para a religião, a filosofia, o direito e a língua. A corte desempenhou um papel importantíssimo na difusão do saber, pois albergava no seu seio os sábios e artistas que, apoiados pelo soberano, difundiam um saber de elite, onde desenvolveram a teologia, a gramática, a história, a filosofia, o direito e a poesia. Alguns dos mais célebres teólogos muçulmanos viveram no território português. São testemunhos da ascendência árabe os terraços das casas algarvias, as artes decorativas, os azulejos, os ferros forjados e os objetos de luxo: tapetes, trabalhos de couro e em metal. Com a tradução de inúmeras obras científicas, desenvolveram-se a química, a medicina e a matemática, sendo de origem árabe o sistema de numeração ocidental. A influência árabe foi particularmente importante na vida rural, sendo determinante o desenvolvimento de técnicas de regadio a partir de usos peninsulares e romanos. Através da introdução de novas plantas como o limoeiro, a laranjeira azeda, a amendoeira, provavelmente o arroz, e do desenvolvimento da cultura da oliveira, da alfarrobeira e da plantação de grandes pomares (são famosos os figos e uvas do Algarve e as maçãs de Sintra) reforçaram a vocação agrícola da região mediterrânea. A ocupação islâmica