História imediata
Outrora relegado dos domínios da história, o tempo presente e o imediato apresentam-se atualmente como terreno fértil aos historiadores. Essa conquista, no entanto, não é fruto de modismos acadêmicos, sendo antes um movimento profundo e maturado que busca inserir o presente nos domínios de Clio. Houve já um esforço sistemático para um debate epistemológico e metodológico, pondo á prova sua validade, consolidando este novo território da história. Expor os pontos principais deste debate não é nosso objetivo neste editorial, além do que outros historiadores mais experientes do que nós já o fizeram. A nós interessa definir e separar o que estamos chamando de história do tempo presente e história imediata para, então, expor nossos objetivos.
História Imediata
Esta terminologia levanta mais polêmicas do que o termo história do tempo presente. Sim, imediata, mas quão imediata? Acaso é possível escrever no calor do acontecimento? Este tipo de história define-se como uma proximidade temporal e material acentuada entre o sujeito e objeto. Nesse sentido, o trabalho de quem se dedica a este tipo de pesquisa se assemelha ao do tradutor simultâneo, que não sabe o fim da sentença, mas já se dedica a traduzir seu começo.
De fato, a história imediata foi o campo privilegiado aonde “historiadores sedentos de atualidade”, cansados de serem os guardiões do passado, e “jornalistas em busca de legitimidade”, cansados de serem Sísifos do efêmero, se encontraram. Assim, este tipo de história é tributária tanto das técnicas jornalísticas ,uma vez que se utiliza da fabricação de dossiês, da entrevista no campo, do uso do gravador, do banco de dados da imprensa, que são recursos diretamente emprestados das salas de redações, quanto do rigor histórico, expresso no olhar crítico, nas interações presente/passado, e na inserção dos fatos nos processos históricos, típicas ferramentas da oficina do historiador.
Por isso, pode-se afirmar que a história imediata