História do Vale do Ribeira
O Vale do Ribeira de Iguape, localizado na região sul do Estado de São Paulo e leste do Paraná, abrange uma área total de aproximadamente 25.000 km2, dos quais cerca de dois terços (17.000 km2) estão em território paulista (SMA, 1995).
Embora esteja situada a pouco mais de duzentos quilômetros do maior aglomerado urbano-industrial do hemisfério, a região é uma das maiores e mais importantes províncias preservacionistas do país, que concentra uma extensa e complexa paisagem cultural que a singulariza regional e nacionalmente. Com uma economia baseada principalmente na pesca, agricultura
(banana, chá, horti-fruticultura), mineração e extrativismo vegetal (palmito) os municípios do vale são ocupados predominantemente por pequenos produtores familiares; pescadores, agricultores, gente das matas, representantes de uma sociedade artesanal e de subsistência, que se constituiu à margem das transformações que caracterizaram a sociedade brasileira do último século.
Fonte: PNUD/IEPA/FJP(1998)
Estima-se que existam ao menos oito aldeamentos indígenas e cerca de cinqüenta comunidades remanescentes de quilombos em todo o Vale, além de centenas de comunidades rurais tradicionais. Casas de pau-a-pique, roças de toco, festas de padroeiro e mutirões, remédios e doenças caseiras, compõem boa parte desta paisagem de compadres e comadres, da vida simples e em harmonia com a natureza. No entanto é também uma das regiões mais miseráveis do país, onde grande parte de sua população vive sob indicadores sócio-econômicos semelhantes àqueles vividos nos bolsões de pobreza do Norte e
Nordeste. Cenário no qual faltam escolas, hospitais, saneamento básico, meios de comunicação e todo tipo de serviços e equipamentos públicos necessários para atender a demanda desta população por si carente e sem oportunidades.
Razões históricas, dificuldades de acesso e condições naturais adversas às atividades econômicas, determinaram, até hoje a inserção