Anitta e a Pasteurização do Funk
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– Antes de ler, ATENÇÃO –Este texto representa uma análise, muito baseada na opinião pessoal da autora. Se você tende ao ódio por pessoas com quem não concorda, não leia. De qualquer forma, estou aberta a debate ;)
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Nos últimos dois anos, o universo musical brasileiro assistiu a ascensão da cantora Anitta, com seus hits como “Menina Má”, “Meiga e Abusada” e principalmente a grudenta “Show das Poderosas”. Hoje com 120 mil cópias vendidas de seu primeiro álbum e cerca de 1 milhão de seguidores em redes sociais, Anitta frui de todo um aparato de produção artística e musical, estando sempre presente na programação das rádios e da televisão. Tornou-se símbolo de um discurso de afirmação feminina e referência da música pop nacional.
Ao analisar sua carreira, o que mais chama atenção é a mudança do gênero de sua música. Quando ainda conhecida como “Mc Anitta”, suas músicas passeavam pelo funk melody, tendo a produção feita pela “Furacão 2000”, uma das maiores e mais importantes equipes e produtoras de funk do Rio de Janeiro. O funk deu espaço para que a cantora mostrasse sua voz, que mesmo não possuindo grandes diferenciais, sempre funcionou muito bem para o gênero.
Em seguida, com o sucesso de seus singles, Anitta rompe com a Furacão 2000 e assina um contrato com a gravadora “Warner Music”, mesmo tendo que amargar R$ 260 mil de multa rescisória. O que inicialmente, se parece com um investimento para carreira, é na verdade o início do processo de “pasteurização” da música de Anitta. O termo pasteurização é definido pelo dicionário Michaelis como:
“1 Ato de esterilizar (o leite etc.) por aquecimento de gradação variável, que pode chegar a 95 graus, esfriando-o rapidamente depois; processo descoberto por Pasteur, sábio francês (1822-1895). 2 fig Ação de tornar uma música, um disco, um filme etc. mais comercial, fazendo com que se enquadrem numa fórmula de sucesso já comprovado.”
Destas duas definições, apesar