História do pensamento econômico - Isaac Rubin
É fato que, ao falarmos de mercantilismo, somos logo remetidos ao acúmulo de metais preciosos por grandes metrópoles europeias nos séculos XVI e XVII -- e não estamos de todo errados. No primeiro capítulo do livro "História do pensamento econômico", de Isaac Rubens, porém, podemos ter conceitos mais amplos de tal política econômica. Foram muitos os fatores que levaram ao declínio do feudalismo e à centralização do poder na mão dos Estados europeus, resultando assim no fortalecimento do mercantilismo. É difícil, aliás, não falar desta centralização, considerando sua importância para a economia da época. Era essencial para a burguesia a existência de um Estado forte e capaz de defender seus interesses perante as outras nações e, em contrapartida, era necessário para o Estado a manutenção da burguesia, que o financiava seja voluntariamente ou por meio de impostos. Além do cenário político que se formava, é importante também entender como ocorria esse processo de acúmulo de capital nas metrópoles europeias. Com a busca de novas rotas para o oriente, tentando fugir dos embargos turcos, foram descobertos meios mais eficientes e baratos de se trazer mercadorias para a Europa pelos burgueses. Eram criados monopólios sobre determinadas áreas e tais mercadorias eram então comercializadas com outros países da Europa. Além disso, o momento das grandes navegações trouxe também o ouro americano -- extraído da colônia e levado principalmente para Espanha num primeiro momento. Cabe também dizer que nesse momento eram dados os primeiros passos para o que chamamos hoje de capitalismo. No campo, pequenos camponeses eram expulsos das terras de senhores feudais que davam preferência à quem tinha mais recursos para tomar conta delas. Nas cidades, os artesãos independentes tinham sua mercadoria comprada para ser revendida e, num segundo momento, passaram a ter a própria matéria-prima cedida pelo comprador, se tornando assim dependentes