História do Pensamento Arqueológico
No final do século XIX vivia-se um contexto nacionalista, imperialista, que, a partir das disputas entre as nações, para provar que a fonte cultural provinha de suas pátrias, fez surgir o Histórico Culturalismo nas pesquisas da cultura através da Arqueologia.
Temos, como exemplo, a disputa entre a França e a Inglaterra que, a partir da crença difusionista, queriam comprovar a origem da cultura e, com isso, os motivos de sua superioridade e direitos de exploração dos povos “não evoluídos ou subdesenvolvidos”, pois essa seria a comprovação de sua superioridade perante as outras nações. Esse tipo de equação arqueológica cimentou os alicerces do nacionalismo dos séculos XIX e XX (Sian Jones. The Archaeology of Ethnicity, 1997).
O que ganhamos com isso foi, além dos achados como uma pedra de basalto polido com inscrições em três línguas que seria a chave de todos os mistérios do Egito (Deuses Túmulos e Sábios. Capitulo X. Champollion e a Pedra de Roseta.), um novo olhar em relação a cultura e um investimento nas pesquisas arqueológicas, principalmente em torno do pensamento que se relacionava as técnicas de campo. Logo surge a seriação e, com isso, os acervos, estes eram mais gabinetes de curiosidades, eram coleções de objetos de diversas partes do mundo que pertenciam a diferentes culturas do passado. Realmente, nesta época, se dava um maior valor a estética de uma peça do que ao valor simbólico, contextual e cultural de quem a produziu.
Também tivemos um grande avanço nas técnicas de campo, principalmente com as escavações. Um bom exemplo temos na Mesopotâmia, onde hoje chama-se Iraque e a capital é Bagda, que a arqueologia pode celebrar os seus primeiros grandes triunfos como arte de escavação com Paul Emile Botta. Foi ele que trouxe à luz os primeiros restos de uma civilização que floresceu durante quase dois milênios, esta descoberta significava que na Mesopotâmia teve uma civilização tão antiga ou mais do que o Egito.