História de Lince
O autor apresenta primeiramente várias versões do mito do Lince, com suas divergências e suas relações. Também nos apresenta o mito as ladras de dentais. Todos esses relatos tratam da origem do mundo, ou seja, são mitos de origem.
Alguns aspectos que se modificam nos são importantes marcar, como no relato de algumas tribos para explicar a sua origem no mundo e a origem dos brancos. Pra alguns o mundo estava mergulhado na escuridão (noturno). A origem do Sol e da lua faz parte da narrativa desse mito, relacionando então a lua á escuridão (noturno) e o sol ao nevoeiro ( diurno),por isso tantas transformações no mito. Nesse ponto o nevoeiro corresponde a ordem da natureza e a estufa, juntamente com o forno de terra corresponde á ordem da cultura. O mito da origem da estufa, que é divinizada em algumas tribos, tem por moral o respeito aos velhos. Já a história do coiote é um alargamento do mito do lince. É uma narrativa de forma oral, com estereótipos, onde ocorre uma sucessão de quadrupletos: quatro manobras com feitiço, quatro filhos, quatro tentativas de casamento, quatro meios de matar o genro, quatro desafios. Nessa versão do coiote temos conotações meteorológicas do coiote como um senhor do frio. Aqui temos a origem do fogo reconfortante. Todos esses detalhes nos mostram o modus operandu do pensamento mítico.
Outro ponto importante é quando o autor nos mostra a ocorrência do mito do lince e da ladra de dentais, com algumas alterações, também no hemisfério sul. Como exemplo é dado à narrativa dos índios Tupinambá, trazido por Thevet. Há também versões no Paraguai, no Sul e Norte do Brasil e entre os grupos de língua Tupi, como o Jê. O que vemos como ponto oposto nos mitos narrados nos dois hemisférios é que como função, os narrados na América do Norte não associam os aspectos negativos e positivos e os coloca em categorias distintas. Nos mitos narrados na América do Sul há uma associação do que é bom e ruim.