História das prostitutas
A prostituição no Brasil
31 de agosto de 2005
Maria de Lourdes de Souza, 32 anos, grávida de oito meses, vende carícias numa calçada escura da capital do Brasil. Cobra R$ 10, promete paciência e jura que a barriga não lhe atrapalha o ofício. Faz o serviço de olhos fechados, concentra o pensamento no rebento que carrega no ventre retalhado de estrias.
Ela é a puta que pariu, ele é o filho da puta e esta é uma história sobre mães e filhos.
Ana Beatriz Magno e José Varella
Correio Braziliense
Maria de Lourdes, de Brasília, uma das 56 prostitutas entrevistadas. Juntas pariram 90 brasileiros, Todos nascidos em famílias humildes. Malu pertence ao bloco das miseráveis: Foi para a rua porque faltava comida em casa
Maria de Lourdes de Souza, 32 anos, grávida de oito meses, vende carícias numa calçada escura da capital do Brasil. Cobra R$ 10, promete paciência e jura que a barriga não lhe atrapalha o ofício. Faz o serviço de olhos fechados, concentra o pensamento no rebento que carrega no ventre retalhado de estrias.
- Meu bebê é filho da Maria de Lourdes de Souza. Não é filho da puta!
Ele é o substantivo concreto do mais humilhante dos adjetivos. Ela é a marafaia, quenga, piranha, pistoleira, vagabunda e outros 112 sinônimos de messalina, listados pelo dicionário Houaiss. Essa é um história sobre http://www.direitos.org.br Fornecido por Joomla! Produzido em: 21 February, 2013, 10:22
Direitos Humanos
estigmas.
Maria Fernanda Valdez brinca no quintal do cabaré de sua avó na cidade de Ponta-Porã, na violenta fronteira com o Paraguai, 60 mil habitantes, muamba, mulheres, cocaína e armas à disposição do freguês.
A menina tem um ano e oito meses de vida, uma mãe, duas tias, uma avó e nenhum pai. O homem que a fez não assumiu a paternidade. Alega que é neta de cafetina e filha de devassa. Francielle Valdez, 18 anos, teme que o leite do peito seque e silencia. Aprendeu a chorar para dentro e olhar para frente.
- Na