HISTÓRIA DAS POLÍTICAS INDIGENAS E RACIAIS
A expressão “um grande cerco da paz” traduz uma expressão da intelectualidade republicana do início do século XX e está relacionada diretamente com o SPI LTN – 1911. Tal Formulação partiu da iniciativa do Cel Rondon, de ideário positivista, e constituiu a representação do índio não a partir da interpretação objetiva, mas percebida a partir da categoria índio de forma relacional do contato interétnico. A Categoria índio tem uso como forma intermediária de civilidade, não sendo uma categoria absoluto, mas uma construção histórica já consolidada no Brasil.
O índio romântico (bom selvagem) presente na literatura do século XVI é diferente do adotado na Velha República, que marca o ideário positivista a partir da ciência, religião e do fetichismo estatal. A ciência como redentora, o índio com estado fetichista de um grupo humano transformado pelo contato com a civilização, ou seja, tendo a evolução como necessidade, que marca segundo os positivistas um processo natural, gradual e pacífico. A Paz traduz o assistencialismo dentro da política republicana, cabendo ao Estado a tutela dos semi-incapazes.
A ideia do cerco remete a uma noção de confinamento e proteção especial de uma coletividade. O confinamento traduz a ideia de redução missionária jesuítica do período colonial. O que relaciona a evolução com o espaço urbano fundamental para estabelecer o regramento social, ou seja, só assim seria possível tornar o selvagem em civilizado. A civilização cerca o indígena na busca de levá-lo de um estágio para o outro no processo civilizatório (estágio selvagem > camponês > cidadão.
O poder tutelar está instituído sobre todos os indivíduos da nação a partir de um projeto nacional de formação do estado brasileiro.
Assim Souza Lima abordar o estado por uma de suas instâncias, de que o estado é uma agência (aparelho administrativo) que possui poder/saber, então o estado é a voz do índio. O