História da Música na Inglaterra
A Inglaterra dos séculos XV e XVI é um dos mais importantes centros musicais do mundo ocidental, centro de várias inovações harmônicas (veja a obra de John Dunstable, por exemplo), formais e instrumentais – foi na Inglaterra que um instrumento de teclado ganhou independência e repertório próprio. É na Inglaterra desse período que vemos as obras brilhantes dos madrigalistas ingleses desafiarem a noção de dissonância da forma mais radical vista até então, é lá que vemos obras extremamente ousadas como o famoso moteto Spem in alium de Thomas Tallis exigir 40 vozes. É a Inglaterra o país de compositores como William Byrd, Orlando Gibbons, John Taverner, alguns dos mais importantes de seu tempo. As músicas eram de muita ornamentação e de uma riquíssima tradição instrumental.
No começo, os compositores musicais eram ligados à Igreja Católica, e era a Igreja britânica a responsável pela manutenção e ensino de instrumento e canto para grande parte da população britânica e para ela trabalhava toda a elite musical de sua época.
A reforma inglesa começou como um incentivo para a criação de novas obras – uma vez que todo o hinário teve de ser traduzido, e muitas vezes recomposto, para a liturgia anglicana e o inglês –, mas iria ter efeitos muito mais profundos. O primeiro é que a elite musical era católica e, com algumas poucas exceções, permaneceu fiel a seu credo, o que fez com que, ainda que compondo música anglicana por obrigação, seus maiores esforços ou se concentrassem na silenciada liturgia católica ou migrassem para outras formas de música. Num momento seguinte, com o fim da geração que viveu a reforma, a música inglesa migrou quase que completamente para a música profana.
No período da guerra civil e da Commonwealth of England a fúria dos puritanos contra aquilo que viam como parte dos excessos do catolicismo foi radical e os coros das igrejas foram dissolvidos, os órgãos silenciados e qualquer tipo de música