História da Geografia
Para Ratzel e La Blache no século XIX a cultura era vista como algo que se interpõe entre homem e meio natural, que se apreende por intermédio dos instrumentos, utensílios, técnicas e maneiras de habitar que as sociedades utilizam para modelar a paisagem. Do seu ponto de vista, a noção de gênero de vida permitia organizar estes elementos de tal forma que explicassem as diferentes paisagens construídas. geógrafos alemães e franceses na perspectiva cultural. Nessa abordagem, era privilegiada a análise morfológica da paisagem, sendo a cultura apreendida através da análise das técnicas, dos utensílios e das transformações das paisagens, ou seja, dos aspectos materiais, utilizados pelo homem de forma a modificar o ambiente natural visando a torná-lo mais produtivo. Claval: a pouca atenção dada pelos geógrafos culturais aos aspectos subjetivos das relações entre espaço e cultura foi um dos motivos que levou ao seu arrefecimento no decurso dos anos que seguiram. mais atenção às questões anímicas e ontológicas dos seres humanos. Não se tratava mais de estudar a diversidade cultural com base nos seus conteúdos materiais, mas de admitir que a cultura está intimamente ligada ao sistema de representações, de significados, de valores que criam uma identidade que se manifesta mediante construções compartilhadas socialmente e expressas espacialmente,
, até então explicada com base nos pressupostos teóricos da Geografia positivista e da Geografia neopositivista.
Corrêa: ”. A cultura é vista como um reflexo, uma mediação e uma condição social. Não tem poder explicativo, ao contrário, necessita ser explicada.
O ressurgimento da geografia cultural se faz num contexto pós-positivista e vem da consciência de que a cultura reflete e condiciona a diversidade da organização espacial e sua dinâmica. A dimensão cultural torna-se necessária para a compreensão do mundo.