Resenha, O Espelho
Resenha 01 - Texto de Machado de Assis “O Espelho” Machado, nas palavras de Jacobina, apresenta uma teoria sobre a alma humana. Segundo os relatos da personagem, o homem carrega consigo duas almas, “uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro”. Com o relato de um causo, ele explica que a primeira tem sua idealização já conhecida, uma matéria/energia que gera a vida dentro do corpo, já a segunda, que seria a alma exterior, é nada mais que uma referência, que pode ser um objeto, um fardo, outra pessoa, enfim, algo no qual a criatura se identifica alguma coisa que faz dela um ser completo. A história trabalha a ideia da alma interna e externa e com isso dialoga de forma muito característica com o dilema moderno do “ser” e do “ter”. O texto conversa com qualquer pessoal que viva no ocidente e esteja enraizado no sistema capitalista e principalmente na sociedade de consumo que inverte valores morais. No contexto da modernidade apresentado acima, a alma exterior é algo que representa mais o que o indivíduo é do que a sua própria essência interna, a qual seria chamada de alma interior. No caso contado da juventude da personagem, essa representatividade acontece rotineiramente; desde que fora nomeado alferes da Guarda Nacional a personagem assumiu esta como sua alma externa e assim a manteve, sendo essa sua representação mais forte como ser vivente. Atualmente, quando se trata de almas externas, temos uma gama ainda mais vasta de opções. A sociedade contemporânea fornece bens, cargos, posições sociais, ícones pop em uma realidade de valores mutáveis, onde hoje as pessoas podem mudar de alma de hora em hora, levando em consideração que ao mesmo tempo em que se dá tanto valor a esses objetos de representação, nós os desvalorizamos quando se identifica um próximo que lhe conceba melhor e essa rapidez vêm da conjuntura veloz em que se rege o mundo. De acordo com o